Quer conhecer uma pessoa? Dê poder
a ela. Você verá grandes pensadores transmutando a genialidade em imbecilidade.
Quem outrora tecia conspirações pra derrubar o sistema, entra nesse novo mundo
cheio de ideais... Mas quando a primeira remessa de fama e reconhecimento vem
em contrato, promoção pessoal, favorecimento, não é só o preço da bebida
consumida ou da indumentária pessoal que muda: Mudam as amizades, e de um lado
a outro a linha entre quem realmente quer mudar o meio é percorrida até o papel
de ser só mais um integrante da classe “elitizada, mas disfarçada de bem
feitora da sociedade". Não, não foi
pela quantidade de Nietzsche, Neruda, Dostoievski, Galeano ou outros que
comecei a enxergar isso. Foi pela convivência em um meio no qual o público se
mistura ao privado. Não foram os que nos cercam que abriram "As veias
abertas da América Latina", ou que deixaram as "Noites Brancas".
Matam Deus em teoria, pelo prazer do ateísmo intelectual, no entanto com suas
falácias impulsionam um pobre coitado a buscar cada vez mais dentro de si, uma
verdade que deve ser construída no individualismo. São os socialistas de
gaveta, de livro e nada de atitude.
Enrolar-se em uma bandeira, de partido, de movimento ou de qualquer
coisa, não é engajar-se na causa. É o modismo, para a manutenção da sociedade
em dois pontos: os que precisam ser salvos, e os que sabem. Essa visão estreita, típica de guerra fria e
outrora destinada a fabricar armas, hoje fabrica um tipo de intelectual que eu
repudio até a ultima gota de sangue: o
que antes era dotado sim de ideais coletivos, para melhorar, e o que agora tem
seus interesses voltados para salvar o mundo carregando uma verdade própria,
falsa moralista e recompensada com dinheiro... Esse tipo de salvação é pior que
a ruína propriamente dita. Prefiro tomar pra sempre uma cerveja de R$ 3 reais,
do que um vinho de R$ 60 reais acompanhado de uma porção de espírito de porco
bem cortada.
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