domingo, 16 de junho de 2013

Poema de Guardanapo n°1

     Depois de 7 anos fora de Ponte Nova, e algumas semanas internado em casa, fui chamado para conhecer um novo bar aberto aqui, num bairro afastado. 
     Bom, pense: Tempos de internato cessaram, quero ver as pessoas. Entramos no carro e já sentamos em uma mesa dessas de plástico mesmo, amarela, patrocínio de cerveja.  E foi aí que percebi sentada, em uma mesa mais a frente da nossa, uma menina linda com suas amigas.  Contraí timidez enquanto estava todos aqueles dias em casa, mas saquei da cestinha com palitos e tudo mais o porta voz de todo boêmio. Um guardanapo. Multifuncional, tem as mais diversas finalidades: fazer um cigarrinho de satanás, limpar a boca, e, ser papiro bíblico de xaveco. 
Surgiu aí, o poema de guardanapo n°1. Na verdade, eu memorizei todos os 12 que escrevi esses anos. 
Desculpem a singeleza do primeiro, mas foi o que veio a mente depois de 2 doses de campari e 2 cervejas. 


 Lado 1 do Guardanapo: 

Quem dera moça do cabelo  dourado...
Se meu susto ao te ver  coubesse,
Nos quatro cantos deste guardanapo
O quão simples seria
Você constatar o fato
De que povoou meus olhos como
Há muito não eram colonizados!
No universo desse lugar
Não dá pra encontrar
Ser mais belo que você

( NESSE MOMENTO, ela virou o guardanapo e continuou a leitura) 

Nem aquelas da mesa a direita
Nem a que foi miss da cidade
Pra minha felicidade, 
Você privatizou  minha atenção
E fez do meu olhar seu monopólio.
Junta tua mesa com a nossa!
Em caso afirmativo da resposta
Sorria, que eu vou te ajudar!


Ela sorriu. Falou com as amigas e fomos buscar a mesa dela. 
Lá pras 4 e meia da manhã, voltamos felizes. Ela morou no meu coração por alguns meses. 

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